Em tempos de pandemia, que expôs de forma gigantesca e contundente o abismo social já existente e acentuou as altas taxas de mortalidade nas periferias, nós, dirigentes e gestores de Organizações Não-Governamentais, manifestamos indignação à isenção da responsabilidade de agir de grande parte da sociedade.
Por isso, nos dirigimos à sociedade civil, às empresas, ao poder público e aos meios de comunicação para convocar todos a participarem de forma mais ativa e efetiva no enfrentamento dessas desigualdades sociais agravadas neste conturbado cenário. É TEMPO DE DESENVOLVER EMPATIA E CULTURA HUMANITÁRIA EM NOSSA SOCIEDADE.
Neste momento, é fundamental atuar em defesa da cidadania, da transparência na divulgação de informações e contar com a potencialidade participativa de diversos públicos para promover ações em rede. É preciso unir esforços para o enfrentamento da situação. A AÇÃO COMEÇA CONOSCO!
Juntos, já mobilizamos a doação de muitos milhares de cestas com alimentos, kits de higiene, limpeza e materiais pedagógicos. Todavia, a fome persistirá e a pandemia se alongará.
Com o isolamento e queda de rendimentos, o consumo de itens básicos para a sobrevivência está bastante afetado. Muitas famílias precisam de ajuda com alimentação e, justo quando a pandemia exige mais atenção com hábitos fundamentais para a saúde, até o simples ato de lavar as mãos pode se tornar uma tarefa impraticável para muitos cidadãos em vulnerabilidade social. Torna-se, então, imprescindível darmos continuidade às campanhas já iniciadas, para atender às necessidades mais primárias.
As limitações dessa população são muitas. Em geral, o trabalho remoto não é opção para quem mora nas comunidades periféricas da capital paulista, pois a maioria executa atividades que só podem ser realizadas presencialmente. São atividades informais e muitos não têm acesso à conexão, o que os obriga a continuar indo ao trabalho normalmente, utilizando transporte público, contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde de isolamento social e se expondo mais à doença.
Famílias se aglomeram em pequenos cômodos em condições precárias. Falta-lhes infraestrutura e sobram tensão, estresse e agressividade, gerando mais desarmonia familiar. A partir desse cenário, reiteramos que não podemos parar aqui!
É fundamental que ações e políticas efetivas de enfrentamento à violência doméstica, desemprego, racismo e outras questões sociais, agravadas pelo contexto da pandemia sejam pauta política e que sejam confrontadas de forma responsável, séria e eficaz pelo poder público.
Lembrando que as políticas públicas, elaboradas ou aperfeiçoadas para estes fins, precisam sempre contar com a participação efetiva da sociedade civil. Há muito para ser feito. Nós, organizações da sociedade civil, buscamos apoio urgente para encontrar soluções reais no prazo mais curto possível para a redução da desigualdade, do desemprego, da violência, da exclusão digital e contribuir para uma educação de qualidade para todos, para uma sociedade mais justa e igualitária.
Aos meios de comunicação, cabe a transparência, agilidade e eficiência na divulgação dos fatos e acontecimentos sociais, para informar e formar a opinião pública a partir dos preceitos da objetividade e ética.
A pandemia se alastra sem controle, as mortes nas periferias crescem exponencialmente e a crise econômica levará a situações ainda mais alarmantes: MAIS DESEMPREGO, MAIS FOME, MAIS DESIGUALDADES E MAIS VIOLÊNCIA. Trágico!
Por isso, convocamos você, jovens, líderes comunitários, profissionais liberais, empresários/as, jornalistas, comunicadores, poder público, todos e todas da sociedade civil a se tornar um/a agente transformador/a desta
realidade.
Entre em ação contra COVID-19: seja generoso/a, empático/a, engajado/a, mobilize, doe, divulgue, ajude e transforme. Pois em tempos difíceis, o coletivo faz a força e a diferença.
Carlos Kits – Associação Criança Brasil
Dagmar Rivieri Garroux – Associação Educacional e Assistencial Casa do Zezinho
Marcelo Meirelles de Lucca – Ação Comunitária Vocação
Maria Antonio Magalhães Civita – Instituto Verde Escola
Maria Estela Penteado Cardoso – Associação Santo Agostinho
Maria Lúcia Meirelles Reis – Instituto Ana Rosa
Nicolaos Theodorakis – Fundação Julita
Rosali Ferraz Fladt Queiroz – Liga Solidária
Vera Helena M. Pires de Oliveira Dias – Associação Obra do Berço
Vera Mazagão Ribeiro – Projeto Arrastão